Edifício Híbrido

O Edifício Híbrido possui posição privilegiada em relação ao epicentro da vida urbana de Belo Horizonte. Seu entorno imediato conta com uma grande variedade de escalas e tipologias de ocupação.

A estratégia de implantação do Edifício de Uso-Misto visa aproveitar a vitalidade urbana da região. O terreno é próximo a zonas comerciais, residenciais e de lazer, o que gera um intenso fluxo de um público diverso. O projeto incentiva o uso do espaço público pelos moradores através de uma calçada viva e ativa que facilita o cotidiano do pedestre. Desta forma, o projeto não gera valor apenas para os moradores, beneficiando a própria cidade por meio da integração entre espaços públicos e privativos.

O conjunto foi projetado de forma que volumes e programas distintos se combinem em um sistema coeso. Apartamentos, lojas, escritórios e áreas verdes de uso comum foram distribuídos pelo complexo em diferentes formatos e tamanhos para maximizar a variedade de públicos a quem ele possa atender. As diversas partes do empreendimento se desenvolvem em um todo coerente em torno de uma praça semipública. Esse vazio ainda contribui para a ativação do quarteirão, com permeabilidade urbana no nível do pedestre.

A forma como os elementos do projeto foram organizados se desenvolveu fortemente a partir da premissa da manutenção de duas casas tombadas, em uma extremidade do terreno virada para a Rua Cláudio Manoel, e de uma árvore de grande porte existente , justamente onde o átrio do complexo se encontra. Elementos que tipicamente se traduziriam em dificultadores para o projeto se tornaram, pelo contrário, nosso ponto de partida. Assim, nossa ambição é estabelecer um novo paradigma de edifício de uso misto na cidade, que leve em consideração o patrimônio histórico, o meio ambiente e a diversidade da vizinhança imediata, integrando espaços públicos e privados e valorizando a experiência da vida urbana.

O complexo é dividido, basicamente, em uma torre residencial, uma torre de escritórios e a faixa de lojas no nível térreo. As lojas de rua, dispostas ao redor da praça semipública, ativam a fachada ao servirem como gerador de atividade urbana. Em cima dessa base ativa, erguem-se as torres residencial e comercial, deslocadas na composição da volumetria para liberarem as visadas para o horizonte sem interferências.

A Torre Residencial é mais alta e mais recuada em relação às ruas. Localizada nos fundos do lote, o que lhe confere maior privacidade, sua fachada norte (virada para a rua lateral) se abre diretamente para o pátio interno, a mangueira e as casas históricas. Contém apartamentos de diversos tipos – com configurações e tamanhos diferentes, varandas, às vezes pé-direito duplo, e até mesmo pátios (áreas externas privativas) – que se encaixam em um prisma retangular. Todos os apartamentos têm varandas de fora a fora, que funcionam também como uma área de transição entre o espaço interno e externo, garantindo o conforto térmico das unidades. Uma pele de brises faz a devida proteção contra a insolação nas fachadas norte, conferindo unidade ao conjunto (é difícil perceber onde um apartamento começa e outro termina).

A Torre Comercial é menor e se encontra virada para a rua principal. Também é variada, mas nem tanto: tem basicamente três pavimentos-tipo, combinados em uma estrutura horizontal e outra vertical que se unem. Uma grande “ponte” de andar corrido com dois pavimentos horizontais vence os quase 20m de vão da entrada do empreendimento, criando uma espécie de portal na fachada da Av. Do Contorno. Em cima desse prisma, temos mais um andar corrido horizontal, recuado em relação à “ponte”, com um grande terraço, permitindo área de reuniões ao ar livre e descanso. A projeção das marquises permite que tenhamos janelas de piso a teto, descortinando a paisagem e trazendo mais iluminação natural às áreas de trabalho. Uma pele de brises regula o micro-clima interno e minimiza a necessidade de ar condicionado.

Todos os elementos do edifício foram modulados estruturalmente e possuem infraestrutura de shafts de instalações. Isso possibilita grande flexibilidade na subdivisão interna, de acordo com a necessidade dos futuros ocupantes.



Projeto: Edifício Híbrido
Localização: Belo Horizonte, (MG)
Área do terreno: 4.139 m²
Área construída: 22.912 m²
Autores: Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi
Equipe: Patrícia Bueno, Isabel Melero, Henrique Amim, Bruno Ferolla
Consultas: Estudo de Impacto de Vizinhança RBM e Absoluta Engenharia Ambiental
Consultoria Técnica Absoluta Engenharia Ambiental
Sistema Viário Tectran / Transitus
Maquetes físicas, desenhos / diagramas: BCMF Arquitetos
Renderings: Edit Studio
Status: Projeto

Tags:  Prédios