Parque Científico e Tecnológico de Itajubá
A cidade de Itajubá situa-se no sul do estado de Minas Gerais e tem população
aproximada de 100 mil habitantes. A presença de um grande número de
pesquisadores pós-graduados lhe garante condição de expoente da pesquisa
científica brasileira e mundial. A cidade é também reconhecida nacionalmente
por ter um dos melhores sistemas de ensino universitário do país.
Paralelamente, o município possui um dos maiores distritos industriais da
região sul do estado, com indústrias de grande e médio porte, das quais muitas
encontram-se em fase de expansão e formação de novos postos de trabalho,
empregando hoje entre nove e dez mil pessoas. Estes fatos contribuem para que
Itajubá tenha um dos mais altos índices de desenvolvimento humano (IDH) de
Minas Gerais. Tal contexto se mostra propício à instalação do Parque Científico
e Tecnológico – um tipo de empreendimento em que a parceria entre as três
esferas do governo, empresas privadas e a Universidade Federal de Itajubá
(UNIFEI) configura um potente fator de desenvolvimento e inovação, local e
regional.
O projeto urbanístico foi pensado com ênfase na qualidade ambiental e
paisagística e pretende firmar o parque como um equipamento de uso público,
opção de lazer para a cidade e seu entorno, indutor de turismo para a região. O
desenho urbano e paisagístico parte da premissa de que o lugar deve possuir
características bastante distintas de uma ocupação urbana convencional, no que
diz respeito à baixa densidade e à integração do ambiente construído com a
natureza aqui pretendidos. Propõe-se, em resumo, que o lugar tenha
características mais comuns a um parque, propriamente, do que a uma mera
expansão da cidade, o que se reflete na urbanização de apenas aproximadamente
670.000 m² dos 250 hectares inscritos no perímetro do PCTI.
As principais manchas de ocupação decorrem diretamente do mapa de declividades,
na medida em que são preservadas as áreas com inclinação superior a 25%. Esta
estratégia permite que os dois vetores de ocupação por edifícios estejam
cercados por áreas verdes preservadas pelo projeto. Um terceiro vetor, definido
pelo futuro Parque Municipal de Itajubá, articula-se com os dois anteriormente
citados em uma APP – área de preservação permanente. Neste local, propõe-se que
a articulação espacial dos três vetores se estabeleça a partir da criação de
uma grande praça circular, local de caráter essencialmente público, um grande
ponto de encontro com densa arborização e uso paisagístico, científico e
recreativo da água. Dadas suas características, é atribuído a este espaço o
nome de Ágora, como nas praças públicas da cidade grega clássica.
No que diz respeito ao paisagismo, pretende-se proporcionar a interação entre a
paisagem local e as áreas urbanizadas do Parque, marcadas principalmente pela
nova represa. A arborização das ruas do loteamento é temática, isto é, cada rua
correspondendo a uma determinada espécie arbórea nativa. São utilizadas
espécies perenes que demandam menor quantidade de água na irrigação, capazes de
promover um paisagismo sustentável e com economia de manutenção. A ênfase do
desenho paisagístico é dada à Ágora, que funciona como articuladora do Parque e
terá espaços para eventos, contemplação e lazer. Além disso, a inserção de
vários equipamentos que priorizam o bem-estar dos usuários (bancos, mesas,
vasos, iluminação) valoriza as calçadas e a Ágora.
Por fim, três edifícios são integrados ao projeto da Fase II do PCTI: o
edifício Administrativo e Centro de Convivência; o Condomínio de Empresas e o
Centro de Manutenção e Apoio. Como características comuns aos três edifícios,
destacam-se a opção por sistemas construtivos industrializados (em especial a
estrutura modular em concreto pré-fabricado), as soluções para uso e controle
de ventilação e iluminação naturais, e o partido volumétrico prismático em que
as grandes aberturas estabelecem uma relação de continuidade entre espaço
arquitetônico e paisagem.