Centro de Engenharia do Google

A maioria das pessoas ignora o fato de que grande parte da web intelligence foi construída no Brasil, no Centro de Engenharia do Google, em Belo Horizonte, o único da América Latina. O novo escritório tem mais de 5,000 m² divididos em 4 andares de um complexo de uso misto no boêmio bairro de Santa Efigênia. O desafio era identificar referências conceituais fortes que ligassem a empresa global à jovem capital do tradicional estado de Minas Gerais. A arquitetura de interiores integra design gráfico e iluminação, explorando a tensão entre a cultura local e a cultura do Google de um jeito sutil e sofisticado.

Espaços / Ambiente: Diferentemente da organização convencional de escritórios, as “áreas comuns” ocupam quase tanto espaço quanto as “áreas de trabalho”. As áreas de lazer podem ser usadas também como áreas de trabalho, fazendo com que ambas estejam constantemente interligadas. Nas áreas de trabalho, os materiais utilizados se referem ao domínio virtual (ou intangível): transparência dos vidros, telas de privacidade e superficies lisas, com o objetivo de tornar o espaço o mais imersivo possível. Nos espaços comuns, os materiais se refrem à cultura e à paisagem de Minas Gerais: materiais táteis,  texturas, tons terrosos, trançados e malhas. A base da paleta de cores e as soluções de iluminação também foram escolhidas para reforçar o conceito binário: tons de azul (“frios”) são predominantes nos espaços de trabalho, enquanto tons de vermelho (“quentes”) dominam as áreas comuns.

Climatologia / Design Paramétrico: Os padrões gráficos nas superficies de vidro das salas de reunião foram projetados para atender tanto aos requisitos de transparência quanto os de privacidade. Dados climáticos reais foram coletados para gerar, através de design paramétrico (em colaboração com a SUBdv), uma camada de infográficos ampliados, com resultados estéticos inesperados. Os dados relacionados a umidade / precipitação e ventos são de Belo Horizonte, enquanto os dados de pressão são globais, gerando diferentes “nuvens” em cada andar. Paisagismo Rupestre + Tecnológico: O projeto de paisagismo envolveu o biólogo Luiz Gluck, que trabalha num pioneiro e complexo processo tecnológico. As plantas do Cerrado (campos rupestres) são clonadas e cultivadas in vitro, com a capacidade de indicar variações sutis na qualidade do ar. A reprodução das espécies locais também é uma iniciativa inovadora no contexto social, envolvendo centenas de famílias anteriormente dedicadas ao extrativismo no sertão.

Café / Temperos Minerais: o Café (restaurante) é um espaço crucial na cultura do Google, e a forte referência à gastronomia de Minas Gerais foi o ponto de partida. Máximo Soalheiro, uma importante referência na arte contemporânea brasileira, foi convidado  para ser responsável pela instalação “Temperos Minerais”. Enfileirados nas estantes do Café, os 2116 potes englobam todo o espectro de minerais encontrados em Minas Gerais. Combinados em diferentes “receitas”, eles resultam em 200 tons de uma paleta de cores extraordinariamente local e autoral, montada como uma grande tabela periódica contendo os elementos da paisagem em volta.



Cliente: Google
Projeto: Sede do Google, Belo Horizonte (Brasil)
Ano:  2015/2016
Área: 5.000.000 m²
Management: Google / CBRE
Arquitetos: Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi (BCMF Arquitetos), Fernando Maculan e Mariza Machado Coelho (MACh Arquitetos)
Design Gráfico / Sinalização:  Hardy Design
Iluminação: Atiaîa Design e LD Studio
Participações Especiais: SUBdV, Máximo Soalheiro e Luis Gluck
Status: Construído

Tags:  Corporativo, Interiores